domingo, 27 de dezembro de 2009

A misteriosa chama da rainha Loana

Pois é, estou a ler este livro de Umberto Eco. E, ao passo que vou entrando na leitura, imagino que seria muito interessante que um autor português escrevesse um livro que também nos fizesse recordar, a nós portugueses, histórias e imagens do passado, tal como este grande autor italiano faz neste livro. Imagino que para os italianos que se revêm na história deve ser como que uma viagem à sua própria infância e dou comigo a desejar ler um livro que me relembrasse coisas da minha meninice, livros de banda desenhada (lembro-me da colecção de BD do meu irmão, que eu gostava de "descobrir" - afinal aquelas histórias do "Far west" e do "Mascarilha", eram fixes, das revistas que a minha mãe comprava - "mamãs e bebés", "crónica feminina", etc). Este livro de Umberto Eco, para além do romance propriamente dito, encerra uma outra história que despertará muitas outras a cada leitor e, nomeadamente, aos italianos e, dou por mim a querer ter um livro assim de um autor português. conhecem algum?

sábado, 31 de outubro de 2009

Ser

Afinal, tenho de fazer jus à minha rica prima, que costuma dizer "Prima d'um anjo, quando se fecha uma porta, Deus abre logo uma janela" ou "deixa que o que está guardado para ti, para ti há-de ser!". Pois é, estou de novo na lista dos «úteis»!!! Finalmente!

domingo, 25 de outubro de 2009

ser ou não ser...

pois é, descobri que... não existo! Pura e simplesmente. Já sabia que quem não tem computador (leia-se endereço de e-mail) não existe. Até aí, tudo bem, safo-me! Agora fiquei a saber que também não existe...quem não tem carro próprio. Aqui, já fico preocupada, mas sinto-o na pele, podem crer, meus amigos. E deparo-me com um dilema. Não tenho carro porque não tenho emprego mas... não consigo emprego porque não tenho carro. E agora? como resolver este problema? Como posso eu ser?
P.S. Aceitam-se ideias

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Ainda José Saramago

Não estou aqui como defensora acérrima de José Saramago mas não resisto a transcrever as palavras de Manuel Alegre que li hoje no jornal A Bola online, por traduzirem exactamente aquilo que eu penso em relação a esta polémica. Aqui vai:

«Ele escreveu um livro, mas não vejo ninguém discutir o livro. Só vejo discutir as opiniões que com todo o direito ele expressou sobre a Bíblia», disse o poeta, à TSF. Alegre está sobretudo contra os preconceitos – Saramago não deve ser criticado por dizer o que pensa.


«Isto é uma história portuguesa cheia de preconceitos e fantasmas. Em primeiro lugar é preciso ler o livro de José Saramago. Ele é um grande escritor, mas parece que não se perdoa a Saramago ser um grande escritor da língua portuguesa, ser um Prémio Nobel e não ser um homem religioso», atirou.

«As pessoas podem não estar de acordo com aquilo que ele diz, mas como é que se pode pôr em causa a seriedade de um homem que diz aquilo que pensa?» – questionou. Alegre entende a polémica como «um preconceito» e justifica-a com «resquícios de dogmatismo».

«Não lhe podem negar o direito de escrever um livro e também não se pode crucificar o Saramago por exprimir as suas opiniões e menos ainda por ser um grande escritor, e menos ainda por ser um Prémio Nobel. E ao Saramago não se perdoa ser um português que se 
atreveu a ganhar o Nobel da Literatura e que diz que não acredita em Deus», concluiu.

The Poet

"what is that thing thou seekest within things?

what is that thought thy thinking cannot bind?

for what high air has thy strong spirit wings?

to what high visions aches it to be blind?"

Alexander Search


"Que coisa é essa que procuras dentro das coisas?

Qual o pensamento que o teu pensar não alcança?

Por que céus voam as poderosas asas do teu espírito?

A que altas visões lhe é doloroso estar cego?




quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Saramago e a Bíblia



Não entendo toda a polémica em torno das declarações de José Saramago. Vivemos num país livre, democrático e LAICO, pelo que, creio que o Prémio Nobel  (bem como todo e qualquer comum mortal) tem o direito de expressar o que pensa, desde que não atente contra a dignidade ou o direito de outrem. Até parece que Saramago cometeu um crime imperdoável. Não digo que concorde com as suas declarações, nem isso está em causa aqui, apenas tenho que expressar a minha perplexidade pelo alvoroço que causaram as declarações de alguém que já nos habituou a este género de opiniões, que, para mim, são isso mesmo, opiniões, que, podendo ou não concordar, não me chocam. O que me choca, isso sim, é o puritanismo exacerbado do senhor Eurodeputado do PSD Mário David, ao dizer que Saramago deveria - cito- "renunciar à cidadania portuguesa. Tenho vergonha de o ter como compatriota!" - fim de citação. Tenho de concordar, sim, com a Dra. Edite Estrela quando disse que «fica claro quem ataca a liberdade de expressão», numa declaração proferida momentos antes da votação no Parlamento Europeu de uma resolução sobre a liberdade de imprensa em Itália, quando citou as afirmações feitas por Mário David no seu blog.
Até parece que este senhor matou alguém, participou num acto terrorista ou outro crime semelhante! Deve ser uma pessoa extremamente perfeita este senhor deputado (Eurodeputado!!!) para sentir vergonha de uma pessoa que apenas diz o que quer mas que até agora não cometeu qualquer acto que tenha de lhe ser imputado qual crime, que eu saiba! Não seria mais proveitoso para o mundo se estes senhores, que são pagos por todos nós, se preocupassem com problemas que efectivamente o são, tal como o rapto de crianças, a pedofilia, o desemprego, o branqueamento de capitais..., etc, etc, etc?
Por fim, transcrevo aqui um excerto do prefácio de um livro do Senhor José Saramago, português, Prémio Nobel, prefácio esse escrito por Umberto Eco, cujo texto integral pode ser lido em: Um 'blogger' chamado Saramago, no DN online, como segue:
""Tem-se falado muito do ateísmo militante de Saramago. Com efeito, a sua polémica não é contra Deus: uma vez admitindo que "a sua eternidade é só a de um eterno não-ser", Saramago poderia estar sossegado. A sua aversão é contra as religiões (e é por isso que o atacam de vários lados, negar Deus é concedido a todos, enquanto polemizar com as religiões põe em causa as estruturas sociais).
"Curiosa personagem, este Saramago. Tem oitenta e sete anos e (diz ele) alguns achaques, ganhou o Nobel, distinção que lhe permitiria nunca mais produzir nada porque seja como for já tem no Panteão o seu lugar garantido (o avaríssimo Harold Bloom definiu-o "o romancista mais dotado de talento ainda em vida… um dos últimos titãs de um género literário em vias de extinção"), eis que aparece a manter um blog onde se mete um pouco com toda a gente, atraindo sobre a sua pessoa polémicas e excomunhões vindas de muitos lados - mais frequentemente não por dizer coisas que não deve dizer mas porque não perde tempo a medir as palavras - e talvez o faça mesmo de propósito.""



sexta-feira, 4 de setembro de 2009

"Nestas impressões sem nexo, nem desejo de nexo, narro indiferentemente a minha autobiografia sem factos, a minha história sem vida. São as minhas confissões, e, se nelas nada digo, é que nada tenho que dizer."



Bernardo Soares

sábado, 22 de agosto de 2009

vergílio ferreira

"De que te serve a inteligência, se não tens inteligência para a usar com inteligência?"

terça-feira, 30 de junho de 2009



"Por isso amo as paisagens impossíveis e as grandes áreas desertas dos plainos onde nunca estarei. As épocas históricas passadas são de pura maravilha, pois desde logo não posso supor que se realizarão comigo. Durmo quando sonho o que não há; vou despertar quando sonho o que pode haver." Bernardo Soares

Fernando Pessoa (ainda e sempre!)


"Do meu quarto andar sobre o infinito, no plausível íntimo da tarde que acontece, à janela para o começo das estrelas, meus sonhos vão por acordo de ritmo com a distância exposta para as viagens aos países incógnitos ou supostos, ou somente impossíveis." (Bernardo Soares, O livro do Desassossego)

terça-feira, 7 de abril de 2009

mudar

"Tudo é ousado para quem a nada se atreve"

Já dizia o grande F.P.

domingo, 8 de março de 2009

Fernando Pessoa


"Se penso é porque divago; se sonho é porque estou desperto. Tudo em mim se embrulha comigo, e não tem forma de saber de ser".

In livro do desassossego, Bernardo Soares

sexta-feira, 6 de março de 2009

A quinta do Chantre, em Évora

Merece uma reflexão o estado em que se encontra a Quinta do Chantre, em Évora. Sendo que não vale a pena chorar sobre leite derramado, é impossível ficar indiferente ao estado de desolação a que chegou este palacete. Ao deambular pelo mesmo (com extremo cuidado, não vá desabar sobre nós, ou abrir-se o chão a nossos pés), facilmente imaginamos os seus tempos áureos e não podemos evitar uma certa nostalgia perante o que se nos depara.
Será possível salvar o que ainda resta e reparar o que pode ser reparado?
Existirão fotos dos tempos em que ali se vivia e do que foi este local paradisíaco?
Será possível partilhar esses tesouros, dissertar sobre a história desta quinta, trocar ideias e conhecimentos sobre o que terá acontecido ali?
fica lançado o repto.
ficam algumas fotos para início de "discussão".